21/06/2024
O uso exagerado do celular, especialmente entre crianças e adolescentes, é uma preocupação crescente para pais e educadores. Esse comportamento pode levar à nomofobia, o medo de ficar sem acesso ao celular, que reflete uma dependência intensa dos smartphones. Silvia Sachete, coordenadora do Fundamental II e Médio do Colégio Villa-Lobos, em São Bernardo do Campo (SP), afirma: É fundamental que os pais estejam atentos aos sinais de uso excessivo do celular para ajudar seus filhos a manter um equilíbrio saudável entre a vida digital e a vida real.
Os sintomas da nomofobia incluem ansiedade extrema quando separados do celular, irritabilidade ao não poder usar o dispositivo, e uma compulsão em verificar o celular constantemente. Outros sinais incluem dificuldades para se concentrar em tarefas sem o telefone por perto, uso excessivo do celular à noite, causando insônia, e sintomas físicos como dores de cabeça e tensão no pescoço e olhos devido ao uso prolongado.
Em casos mais graves, a nomofobia pode levar ao comportamento evitativo, onde a criança ou adolescente evita situações em que o uso do celular é limitado, como reuniões sociais ou ambientes escolares. Esse comportamento pode resultar em isolamento social e prejudicar ainda mais as habilidades de interação face a face.
Conexão com a saúde mental
O uso excessivo do celular está fortemente ligado a questões de saúde mental, incluindo ansiedade e depressão. A necessidade constante de validação por meio das redes sociais e o medo de perder informações importantes contribuem para intensificar esses problemas. Silvia Sachete destaca: A dependência do celular pode prejudicar não apenas a saúde mental dos jovens, mas também suas relações interpessoais e desempenho escolar.
Para ajudar seus filhos a evitar o uso excessivo do celular, os pais podem adotar algumas estratégias práticas:
Estabeleça limites claros: Defina horários específicos para o uso do celular e incentive atividades sem tecnologia, como esportes, leitura e passatempos criativos.
Promova o diálogo aberto: Converse com seus filhos sobre os riscos do uso excessivo do celular e a importância de um equilíbrio saudável entre a vida online e offline.
Modelagem de comportamento: Seja um exemplo para seus filhos, demonstrando um uso equilibrado e consciente da tecnologia.
O papel dos educadores
Os educadores também desempenham um papel crucial na abordagem do uso excessivo do celular entre os alunos. Discussões em sala de aula sobre o uso saudável da tecnologia e a implementação de regras claras podem ajudar a reduzir a dependência dos dispositivos móveis. Além disso, atividades que incentivem a interação pessoal e o trabalho em equipe podem desviar a atenção dos alunos dos seus celulares.
As escolas podem organizar workshops e palestras sobre os riscos da dependência de tecnologia, envolvendo alunos, pais e professores. Essas sessões podem contar com especialistas em saúde mental que forneçam insights e estratégias para lidar com a nomofobia.
Em casos de nomofobia severa, pode ser necessário buscar apoio profissional. Psicólogos escolares e orientadores podem ajudar os estudantes a desenvolver estratégias de enfrentamento e a reduzir sua dependência de dispositivos móveis.
Para saber mais sobre a nomofobia, acesse exame.com/ciencia/nomofobia-entenda-o-que-e-o-transtorno-e-as-formas-de-minimiza-lo ou camara.leg.br/radio/programas/977152-nomofobia-o-vicio-ao-celular-o-que-saber-e-como-evitar